Sou Celíaco e Agora? Sintomas, Diagnóstico e Cuidados

A doença celíaca é uma condição autoimune crônica, do intestino delgado, que torna uma pessoa intolerante permanente ao glúten, ou seja, a proteína encontrada em grãos como: trigo, malte, cevada, aveia e centeio.

Segundo a FENACELBRA (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil), atualmente há cerca de 2 milhões de celíacos no país. Porém, esse número pode ser maior, uma vez que muitas pessoas ainda sofrem com a doença sem ter um diagnóstico fechado.

Ainda hoje, não existe uma conclusão sobre a origem ou o que faz com que um indivíduo desenvolva a doença celíaca. No entanto, mais de 90% dos pacientes apresentam traços que indicam herança genética.

Mas, afinal, como descobrir que você é celíaco? Quais os principais sintomas, quais exames são necessários para fechar um diagnóstico e qual tratamento seguir? Vamos te contar tudo em detalhes, continue a leitura!

 

Doença celíaca: conheça quais são os alertas que seu corpo emite

Sou Celíaco e Agora? Sintomas, Diagnóstico e Cuidados

A doença celíaca é uma condição que faz com que o sistema imunológico reaja de forma adversa ao glúten, como mencionamos acima. Logo, identificar os sinais que o corpo emite é essencial para diagnosticar precocemente essa enfermidade.

O diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações a longo prazo. Consultar um profissional de saúde ao identificar esses sinais é fundamental.

Conheça os sinais que seu corpo emite que podem indicar que você é celíaco.

Sintomas clássicos

Os sintomas clássicos são aqueles que estão presente na maioria dos pacientes diagnosticados. São eles:

Desconfortos Gastrointestinais

  •         Inchaço persistente;
  •         Diarreia crônica.

Deficiências Nutricionais

  •         Fadiga constante;
  •         Perda de peso inexplicada.

Problemas de Pele

  •         Dermatite herpetiforme, uma erupção cutânea dolorosa associada à doença celíaca.

 

Sintomas não clássicos

Além dos sintomas clássicos, também é possível que alguns pacientes apresentem reações menos comuns. Isso pode ocorrer por diversos fatores como, por exemplo, outras condições clínicas. São eles:

Sintomas Neurológicos

  •         Irritabilidade;
  •         Mudanças abruptas de humor.

Manifestações Atípicas

  •         Ausência de desconfortos gastrointestinais evidentes;
  •         Sintomas que podem ser confundidos com outras condições.

Problemas de Saúde a Longo Prazo

  •         Risco aumentado de osteoporose;
  •         Possíveis complicações relacionadas ao sistema nervoso.

 

Sintomas em crianças

Os sintomas de doença celíaca em crianças podem ser um pouco mais difíceis de identificar, pois algumas vezes acabam mascarados por outros males, comuns na fase de crescimento. São eles:

Problemas Digestivos

  •         Diarreia persistente;
  •         Dificuldade no ganho de peso.

Atrasos no Desenvolvimento

  •         Atraso no crescimento;
  •         Puberdade tardia.

Sintomas Atípicos em Crianças

  •         Irritabilidade;
  •         Mudanças no comportamento.

 

Além dos sintomas de celíacos listados, é importante ficar atento ao fato de que estamos falando de uma doença que dificulta a absorção de nutrientes. Logo, também pode resultar em outras condições e sintomas.

Por exemplo, dificuldade em manter as taxas normais de vitamina B12 e ácido fólico, irritabilidade, anemia, osteoporose e, em mulheres, menstruação tarde, menopausa precoce, dificuldade para engravidar e parto prematuro.

Quais exames são necessários para um diagnóstico preciso?

Para um diagnóstico preciso de doença celíaca, é crucial buscar a orientação de um gastroenterologista, profissional especializado no sistema digestivo. Os exames necessários desempenham papel fundamental na confirmação da condição, permitindo uma abordagem eficaz para o tratamento.

1. Sorologia para Anticorpos

Identifica a presença de anticorpos específicos associados à doença celíaca no sangue. Anticorpos como anti-transglutaminase e anti-endomísio são comumente analisados.

2. Biópsia do Intestino Delgado

Realizada por meio de endoscopia, fornece uma visão direta do revestimento do intestino delgado. Permite avaliar danos à mucosa intestinal, característicos da doença celíaca.

3. Teste de Genes HLA-DQ2 e HLA-DQ8

Identifica predisposição genética à doença celíaca. Embora não seja um diagnóstico definitivo, auxilia na avaliação de risco.

A combinação de dois ou três desses exames oferece uma abordagem abrangente para diagnosticar a doença celíaca, garantindo maior confiabilidade nos resultados. Até mesmo porque, pode acontecer de um resultado falso negativo, no caso da sorologia.

 

Doença Celíaca x Sensibilidade ao glúten

A diferenciação entre doença celíaca e sensibilidade ao glúten é crucial para compreender as nuances das reações ao consumo de alimentos contendo essa proteína.

Doença celíaca

É uma condição autoimune em que o sistema imunológico reage adversamente ao glúten, resultando em danos irreversíveis e permanentes ao intestino delgado.

O diagnóstico envolve exames específicos, como sorologia para anticorpos e biópsia do intestino, sendo fundamental a intervenção de um gastroenterologista.

Na ilustração a seguir, podemos observar com clareza o que ocorre no intestino delgado de um paciente intolerante ao glúten crônico. 

À esquerda é possível ver um intestino saudável, com seu revestimento e flora bem definidos. Já na imagem à direita mostra o órgão de uma pessoa celíaca, apresentando inflamação e lesões que tornam o revestimento sem definição.

A imagem mostra uma ilustração onde é possível ver à esquerda um intestino delgado saudável com a seu revestimento livre de inflamações. Já na imagem à direita, vemos a representação de um intestino delgado de um paciente celíaco, com o seu revestimento inflamado e sem definições

Sensibilidade ao glúten

Muitas vezes chamada como sensibilidade não celíaca ao glúten (SNCG), é uma resposta negativa ao glúten sem a presença de marcadores autoimunes característicos da doença celíaca.

Embora os sintomas possam ser semelhantes, a sensibilidade ao glúten não resulta em danos ao intestino. O diagnóstico é mais desafiador, e a abordagem é frequentemente baseada na exclusão de outras condições.

As duas condições podem causar sintomas gastrointestinais, além de manifestações extra intestinais. Porém, o tratamento principal para a doença celíaca é uma dieta rigorosa sem glúten, enquanto na sensibilidade ao glúten, a abordagem pode envolver a eliminação temporária do glúten da dieta.

Identificar as diferenças entre doença celíaca e sensibilidade ao glúten é essencial para direcionar o diagnóstico adequado e estabelecer estratégias de gerenciamento eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Tratamento para celíacos: aprenda os cuidados após o diagnóstico

Após o diagnóstico de doença celíaca, é crucial adotar um tratamento eficaz para gerenciar a condição e promover o bem-estar. A base desse tratamento é a eliminação total do glúten da dieta diária.

Dieta Sem Glúten: a espinha dorsal do tratamento para celíacos é a adoção rigorosa de uma vida sem glúten. Isso implica evitar trigo, cevada, centeio e seus derivados. Além dos alimentos óbvios, é importante estar atento ao glúten oculto, presente em diversos produtos processados e condimentos, como molhos, temperos prontos e até mesmo em alguns tipos de chocolates. A orientação de um nutricionista pode ser valiosa nessa transição, garantindo uma dieta balanceada e nutritiva.

Leitura de Rótulos: aprender a ler atentamente os rótulos dos alimentos é uma habilidade essencial para os celíacos. Isso permite identificar ingredientes que contenham glúten, evitando qualquer contaminação cruzada.

Acompanhamento Médico Regular: o acompanhamento periódico com um gastroenterologista é vital para monitorar a saúde intestinal e ajustar a abordagem de tratamento conforme necessário. Exames de acompanhamento podem ser conduzidos para avaliar a eficácia da dieta sem glúten.

Educação Contínua: manter-se informado sobre novidades relacionadas à dieta sem glúten, além de participar de grupos de apoio, contribui para uma gestão mais eficaz da doença celíaca. Essa conexão com a comunidade pode fornecer insights valiosos e estratégias práticas.

Atenção à contaminação cruzada: para garantir a segurança alimentar, é essencial adotar práticas rigorosas na cozinha. O uso de panelas, utensílios e superfícies de preparação separados é fundamental, evitando qualquer contato com alimentos que contenham glúten. A reserva de uma parte da despensa exclusivamente para produtos e alimentos sem glúten também é uma medida preventiva essencial.

O tratamento eficaz para celíacos requer comprometimento com uma dieta sem glúten, aprendizado contínuo e suporte médico constante. Ao incorporar esses cuidados na rotina diária, os celíacos podem alcançar uma qualidade de vida saudável e equilibrada.

Que tal conhecer um pouco mais sobre o grande vilão dos celíacos? Ele está presente em quase todos os preparos comuns na mesa dos brasileiros, e nas prateleiras dos supermercados: o trigo! 

Confira no vídeo abaixo tudo que você precisa saber a respeito do grão mais usado ao redor do mundo.

 

Gostou de aprender um pouco mais sobre a doença celíaca? Conhece alguém já diagnosticado ou que suspeita ser celíaco? Não deixe de compartilhar esse conteúdo e ajude em suas redes sociais!

Ah, não esqueça, caso tenha alguma dúvida sobre o tema, deixe um comentário! Até a próxima!

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Maria Dias

É Mineira, se relaciona com a comida desde a infância, começou a cozinhar aos 08 anos de idade, mas só veio a trabalhar com a Gastronomia muitos anos depois em Guarujá no conceituado Tahiti Restaurante, se formou Gastrônoma, na sequência se formou…

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